domingo, 27 de junho de 2010

Divulgando a XX Jornadas Clínicas EBP-RJ/ICP, que vai acontecer nos dias 10 e 11 de setembro de 2010.


Um apego singular: a transferência e suas surpresas
"Freud serviu a Eros para se servir dele” (J. Lacan)

No princípio era o amor – é assim que Jacques Lacan circunscreve o ponto de
origem da psicanálise. O apego de Anna O. a Breuer emergiu como um amor apaixonado, surpreendendo aos dois. E ali onde Breuer recuou, Freud seguiu adiante, tentando delinear a singularidade do apego na análise. Concluindo que é impossível enfrentar um inimigo in absentia ou in effigie, Freud propõe que, naquele mesmo ponto em que incide como obstáculo que interrompe as associações e impulsiona o sujeito a repetir, a transferência pode se tornar o motor do tratamento.Lacan sublinha que a transferência não é só repetição e, mais, que a repetição nunca é do mesmo. Coloca ênfase no manejo da transferência pelo analista, na posição da qual ele opera, que o faz escutar e recolher, da aparente repetição, a surpresa. É a presença do analista que está em jogo. E, como indica Jacques-Alain Miller, esta presença fará com que o apego ao analista se transforme em apego à análise e, ainda, em apego ao inconsciente, satisfação no processo associativo. Este inconsciente transferencial, estabelecido no trabalho analítico, deve por fim revelar o gozo implícito nesse falar, ponto em que se descortina a possibilidade de viver o inconsciente no real de sua contingência.Quais então os destinos do apego? No final da análise, o que ocorre com a transferência? Quais as conseqüências dos tropeços, dos encontros com o real? Que efeitos de surpresa podem ocorrer, a partir do apego transferencial, nas experiências da vida cotidiana? São estas, dentre outras, as questões que convidamos a todos a virem debater nas XX Jornadas.

Comissão científica

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