sexta-feira, 30 de novembro de 2012

O movimento dos olhos podem servir de diagnóstico para a esquizofrenia?

Testes que diagnosticam a esquizofrenia a partir do movimento ocular











É importante que os psicanalista e demais profissionais da área de saúde possam dialogar entre si, fazer o saber circular. Assim resolvi comentar uma reportagem que vi circulando pela internet e que hoje foi publicada no Jornal Estado de Minas intitulada "Olhos podem revelar a esquizofrenia". A esquizofrenia é uma distúrbio psicótico onde os sujeitos apresentam sintomas classificados como positivos (alucinações e delírios) e negativos (embotamento afetivo, isolamento social).
Em uma pesquisa publicada na revista Biological Psychiatry, psiquiatras britânicos afirmam que conseguiram diagnosticar pacientes esquizofrênicos com mais de 98% de precisão baseados apenas em testes visuais: "Os pacientes não parecem ver o mundo da mesma forma que indivíduos saudáveis. Eles tem um olhar que não se fixa, que demora a seguir objetos em deslocamentos, mas, depois que alcança a trajetória, os movimentos se tornam rápidos e bruscos", diz o principal autor do estudo, Philip Benson, do King's College London e da Universidade de Aberdeen.
A questão é que a psiquiatria, sob égide da ciência, busca uma maneira cada vez mais exata, física, de realizar o diagnóstico, que usualmente é feito através da anamnese, entrevistas e acompanhamento do paciente. Afinal, há uma fineza no diagnóstico, que requer uma investigação acerca da estrutura clínica, como propõe a psicanálise.
Esse "olhar" do esquizofrênico, vago, perdido, denuncia que ele considera o Outro como invasivo, denuncia que o sujeito fica preso na relação especular, imaginária (a-a'). Por isso a dificuldade em constituir uma imagem do corpo, vivenciando-o como despedaçado.
A questão do diagnóstico, assim, não pode ser reduzida a um simples exame físico. A proposta e aposta da psicanálise é em uma investigação da estrutura clínica, do ponto de ruptura do Nome-do-Pai para cada sujeito, e das particularidades da sintomatologia de cada um.

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Revista consecuencias

Divulgando a Revista consecuencias, do Instituto Clínico de Buenos Aires. É uma revista digital que fala de psicanálise, arte e pensamento. A edição número 9, que surge antes das XXI Jornadas Anuais da EOL traz o título: a clínica do singular frente a epidemia das classificações.
Como disse J-A Miller em sua conferência no congresso da AMP em abril deste ano, o século XXI é o século de uma nova ordem simbólica, século da desordem do real.
Esta edição traz textos que fazem um debate atual com a ciência e a época, trabalhos sobre a psicanálise em intensão e extensão, sobre a arte e a cultura.

Para acessar a revista: http://www.revconsecuencias.com.ar/ediciones/009/default.asp

 
 

domingo, 18 de novembro de 2012

A "mascarada" feminina [Lêda Guimarães]

 
Atras de uma máscara outra máscara e mais outra máscara e mais outra máscara... no vetor infinito do feminino inalcançável por qualquer semblante...
Não dá para 'ser' mulher sem máscaras, senão as mulheres residiriam no inefável de si mesmas.
Assim a 'mascarada' feminina é um recurso inevitável e essencial para constituir um laço com o Outro, como um modo de se fazer 'ser' para o Outro.