sábado, 24 de abril de 2010

Assisti o filme "O solista", muito bom por sinal. Interessa a todo o pública, mas especialmente aos trabalhadores e usuários de saúde mental.

Trata-se do personagem Nathaniel que desde a infância mostra interesse pela música, que parece de alguma forma confortá-lo diante das vivências alucinatórias.
As vozes que o atormentam tem conteúdo pejorativo, o menosprezam. Isto faz com que ele não consiga tocar diante de uma platéia, que desencadeia nele um sentimento de que está sendo perseguido ou que alguém que lhe fazer mal.
Num certo dia quando a mãe vai até o porão, onde ele se esconde dos outros para tocar violoncelo, o que já evidencia um dos sintomas negativos da esquizofrenia, ele pensa que a sopa que ela está trazendo está envenenada. A partir daí vai viver nas ruas.
Reconhece a rua como seu território, ali não se sente invadido, toca para "as pombas aplaudirem" e cuida de manter seu "lar", um túnel, limpo, muitas vezes se colcando em risco para tal.
Leva sua vida ignorado pelos que passam, até que um jornalista do LA Times o encontra e, tocado pela música daquele desconhecido sem-teto, se interessa por sua história. Ao se apresentar não como um outro absoluto, invasivo, e sim como alguém que se coloca na função de ajudá-lo, secretariá-lo, consegue fazer com que Nathaniel lide melhor com sua condição subjetiva.

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