quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Notas sobre a ciência e a psicanálise

Lendo um artigo intitulado “Respostas aos estudantes de filosofia sobre o objeto da psicanálise” de Lacan (1966), me fez lembrar o quanto pode se confundir a psicanálise com um misticismo ou obscurantismo quando se interroga sobre a presença da consciência na psicanálise. No filme “Um método perigoso” que traz cenas muito interessantes do diálogo entre Freud e Jung e sua posterior cisão, mostra como Freud adverte Jung do perigo da psicanálise ser confundida com o misticismo, por isso a importância e o rigor de nos atermos aos princípios básicos da psicanálise, que no início Freud denominava como a base sexual, ou diríamos da castração, presente na formação da estrutura neurótica.

Lacan relê a afirmação filosófica “Penso, logo sou”, de Descartes, ao afirmar que o objeto da psicanálise não é o homem, mas o que lhe falta, ou seja, a falta de um objeto, que é o que caracteriza o sujeito como dividido. O sujeito é onde ele não pensa! O que denuncia a dimensão do Inconsciente.

“Ao ser considerado somente no tempo, este sujeito do “eu penso” revela o que ele é: o ser de uma queda”.

O sujeito da psicanálise é o sujeito do Inconsciente.

Diz Lacan que ainda devemos nos atentar para o perigo da redução do sujeito ao ego, o que ocorre com as ditas psicologia, “este acessório sem uso, chamado ego, que só serviu de insígnia à psicologia desde que ela se quis um pouco mais objetiva...”. A verdadeira natureza do ego em Freud se refere a identificação imaginária.

Não é a sua consciência que o sujeito está condenado, mas a seu corpo, que resiste de muitas maneiras a realizar a divisão do sujeito.

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